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sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Computadores, Comunicação e Colaboração

É sempre importante refletir sobre a contribuição da tecnologia na educação. De fato, acho incontestável que os computadores e as redes que permitem a integração destas máquinas, são importantíssimos para prover melhor comunicação e colaboração, dois elementos fundamentais de qualquer plataforma ou sistema de ensino.

Tomando como foco alguns objetivos educacionais específicos, tais como a aprendizagem ativa (active learning) e os diferentes estilos de aprendizagem (learning styles), poderíamos tecer uma série de considerações importantes para a criação de ambientes educacionais.

O aprendizado é mais efetivo quando o aluno participa ativamente do processo de construção de seu próprio conhecimento, ou, sobre outra ótica, quando se vê no contexto apresentado ou quando se coloca mais imerso dentro das situações de ensino propostas. Também é necessário ressaltar que as pessoas não são iguais, ou seja, exibem diferentes características, o que as torna mais abertas a certos tipos de experiências do que outros, aprendendo mais facilmente sobre condições específicas. Tais características poderiam ser agrupadas sob a denominação de estilos de aprendizagem.

Num primeiro momento, a tecnologia provê meios de oferecer novas alternativas para as questões do quando e do onde, eventualmente, do como também; assim oferece suporte para comunicação se dê de maneira síncrona e assíncrona e, portanto, incluindo as situações de contato presencial e distante. Existem ótimas soluções para comunicação síncrona e assíncrona a distância. Sendo assim, tais meios oferecidos pela tecnologia e, mais especificamente, da comunicação mediada por computadores (Computer Mediated Communication - CMC), desde que adequadamente utilizados, se constituem alternativas flexíveis para promover a participação ativa do educando. Além das restrições de custo e infraestrutura, os métodos educacionais empregados são determinantes, tanto no favorecimento do aprendizado ativo, como no melhor atendimento dos estilos de aprendizagem existentes.

Torna-se evidente que os professores deverão estar mais amplamente capacitados, pois além do indispensável conhecimento teórico-técnico de suas disciplinas, também é necessário o domínio de métodos pedagógicos e ferramentas educacionais que favoreçam a aprendizagem.

Nas diversas situações possíveis da CMC, para que o aprendizado seja ativo e os diferentes estilos de aprendizagem cobertos, os papéis de professor e de aluno devem ser revistos: o professor, numa postura diferente da tradicional, deve se esforçar para oferecer o maior número possível de estímulos diferentes que possibilitem aos alunos a construção do conhecimento; o aluno, cuja atitude requerida também é outra, torna-se corresponsável pela construção do próprio conhecimento, exigindo que a aprendizagem se calce na sua participação ativa e crítica. Aqui não se deseja, tão pouco se considera adequada, a transmissão e reprodução pura e simples de conhecimentos prontos.



Ao tomar o estudante como foco, de maneira que suas características próprias sejam respeitadas, a CMC possibilita a formação de grupos, num contexto mais adaptado aos seus participantes, que propicia um ambiente mais rico no qual seja favorecida a troca de conhecimentos e de experiências, assim como a colaboração propriamente dita, realimentando o processo. A CMC pode contribuir oferendo novas formas para suportar o surgimento e a interação destes grupos, que tendenciosamente criação suas próprias identidades.

Tais formas de comunicação oferecidas nos levam a crer que o estudante seja motivado a adotar uma postura mais ativa, independente e responsável, possibilitando ganhos relacionados às habilidades de comunicação oral e escrita, capacidade de pesquisa, interação social e comportamento ético; tudo isso respeitando seu estilo individual. Por outro lado, em virtude dessas diferenças pessoais, devemos considerar que o excesso de liberdade e flexibilidade podem conduzir a posturas desleixadas, inconsequentes, irresponsáveis ou, quando possível, anônimas. A possibilidade de interdependência com seu grupo também exibe pontos favoráveis e desfavoráveis análogos.

Disto temos que o papel do professor é fundamental não como apresentador, expositor ou avaliador tradicionais, mas como aquele que abre mão do centro das atenções da sala, deixando o protagonismo clássico, para assumir múltiplos papeis: de guia, de instrutor, de facilitador, de orientador, de observador, de conselheiro e de mediador. Todos estes papeis de parceria com seus alunos, que exigem participação ativa deste professor, no oferecimento de retorno e de suporte aos alunos.

Obviamente, em função dos objetivos relacionados ao conteúdo ao desenvolvimento de certas habilidades ou comportamentos, o professor deve dirigir aos alunos na direção correta sem, necessariamente, determinar ou impor um único caminho. Com isto abrem-se as possibilidades reais do aprendizado ativo e da adaptação efetiva dos diferentes estilos de aprendizagem.

Tecnologia e pedagogia passam a ter um relacionamento interessante e dependente. A tecnologia estende as possibilidades da comunicação, isto é, alternativas para tornar a informação mais persistente, mais facilmente disponível. Isto implica em permitir paradas, individualmente estabelecidas, para reflexão, revisão, ampliação e retomada de conteúdos, ou mesmo de descanso. Também favorece o maior envolvimento de pessoas tímidas, admite o anonimato, estabelecendo um novo patamar e riqueza para aprendizagem e participação.

Ao mesmo tempo, diversos problemas podem ocorrer, dentre os quais se destacam: as questões da variabilidade da participação opcional ou voluntária; a maior dificuldade do professor na identificação de alunos com problemas de aprendizagem, que ficam ocultos pela menor participação; a maior dificuldade na determinação do escopo, da profundidade, do valor relativo, da duração e da frequência das avaliações; a redução o inexistência de contato social real; das dificuldades do preparo de materiais; e do atendimento das expectativas.

Muitos destes problemas podem ser solucionados ou, ao menos mitigados, pela aplicação consistente de metodologias de ensino consolidadas; pela determinação clara das responsabilidades; pela especificação precisa das tarefas e de seus objetivos; pelo fornecimento rápido, consistente e constante de retorno e de suporte

Para Saber Mais


  • WikiPedia
    Computer Mediated Communication;
  • Oxford Jounals
    Computer-mediated Communication;
  • Study.com
    Computer-Mediated Communication: Definition, Types & Advantages
  • AECT
    Computer Mediated Communication.

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